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Aparelho digestivo
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)
11 min. de leitura

Descubra tudo sobre o funcionamento do aparelho digestivo. Entenda a função de cada órgão e conheça as patologias do sistema digestório

Uma pesquisa publicada na The Lancet Regional Health Americas revelou que, entre 2012 e 2020, os diagnósticos de doenças inflamatórias intestinais (DII) aumentaram em 233% no Brasil. A taxa de casos de doenças do aparelho digestivo subiu de 30 para 100,1 casos a cada 100 mil habitantes.

O estudo analisou os dados de 212 mil pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Diante dos resultados, é possível observar a crescente prevalência dessas patologias, como a doença de Crohn e a colite ulcerativa.

Neste artigo, vamos explorar como funciona o sistema digestório. Você vai conhecer os órgãos e as patologias que afetam o trato gastrointestinal. Vamos lá?

O que é o aparelho digestivo?

O aparelho digestivo é o conjunto de órgãos responsáveis por converter o alimento que consumimos em nutrientes essenciais para o corpo. Esse processo envolve uma série de etapas, desde a mastigação até a absorção dos nutrientes.

Além dos órgãos que compõem o canal alimentar, como o estômago e os intestinos, o aparelho digestivo conta com glândulas acessórias, como as salivares, o pâncreas e o fígado.

Órgãos do aparelho digestivo e suas funções

Como vimos, o aparelho digestivo é composto por vários órgãos que trabalham juntos para processar os alimentos e absorver os nutrientes.

Veja, a seguir, como cada órgão contribui para o bom funcionamento do aparelho digestivo!

Boca

O sistema digestório tem seu ponto de partida na boca, onde começa a digestão mecânica e química. Os dentes desempenham a função de rasgar e triturar os alimentos, facilitando a passagem para as próximas estruturas do aparelho digestivo.

Ao mesmo tempo, a saliva começa a agir por meio da enzima amilase, que inicia a digestão dos carboidratos. A língua então mistura o alimento com a saliva, formando o bolo alimentar. Essa massa é empurrada rumo à faringe, dando continuidade ao processo digestivo.

Esôfago

O esôfago é um órgão tubular e musculoso que também faz parte do sistema digestório, ligando a faringe ao estômago. Sua principal função é transportar os alimentos que ingerimos até o estômago, utilizando movimentos conhecidos como contrações peristálticas.

Estômago

Localizado logo abaixo do diafragma, o estômago recebe e armazena o bolo alimentar que ingerimos. Ele se distende para acomodar os alimentos, que são misturados com o suco gástrico, composto por enzimas e ácido clorídrico.

Esse processo transforma o alimento em uma mistura semilíquida chamada quimo, que segue para o intestino delgado.

Além disso, o estômago produz uma substância chamada fator intrínseco. Esse componente previne a degradação da vitamina B12 e possibilita sua absorção na parte final do intestino delgado.

Intestino delgado

O intestino delgado é a parte mais longa do sistema digestório, com cerca de 6 metros de comprimento. Ele é dividido em três segmentos: duodeno, jejuno e íleo.

No duodeno, que é a primeira parte, o quimo vindo do estômago é misturado com sucos digestivos, como o suco pancreático e a bile. O suco pancreático neutraliza a acidez do quimo e contém enzimas que ajudam a quebrar proteínas. A bile, por sua vez, facilita a digestão de gorduras.

A absorção dos nutrientes ocorre nas vilosidades e microvilosidades do jejuno e do íleo. Essas estruturas aumentam a área de absorção, permitindo que os nutrientes sejam captados e transportados para o restante do corpo.

Intestino grosso

O intestino grosso é a última parte do sistema digestório, com aproximadamente 1,5 metro de comprimento. Ele tem a função de absorver água e formar as fezes a partir dos resíduos que sobraram da digestão. Esse órgão é dividido em três partes:

  • Ceco: conecta-se ao intestino delgado e abriga o apêndice;
  • Cólon: segmento longo, dividido em quatro partes (ascendente, transverso, descendente e sigmoide), responsável por mover e processar o conteúdo digestivo;
  • Reto: parte final que armazena as fezes até a eliminação.

Fígado

O fígado é o segundo maior órgão do corpo humano e a maior glândula, localizado na parte superior direita do abdômen. Ele produz a bile, uma substância armazenada na vesícula biliar e liberada no intestino para ajudar na quebra das gorduras.

Além disso, o fígado desempenha várias outras funções vitais, como o metabolismo de glicose e proteínas, armazenamento de vitaminas e minerais, eliminação de toxinas, e a produção de proteínas importantes para a coagulação do sangue.

Vesícula biliar

A vesícula biliar é um pequeno órgão situado na parte superior direita do abdômen, logo abaixo do fígado. Sua função é armazenar e concentrar a bile. Quando consumimos alimentos gordurosos, a vesícula libera a bile no intestino delgado para facilitar a digestão.

Pâncreas

O pâncreas é uma glândula localizada no abdômen, atrás do estômago, e se divide em três partes: cabeça, corpo e cauda. Ele tem duas funções principais: produzir hormônios, como a insulina, e liberar enzimas que auxiliam na digestão dos alimentos.

Se o pâncreas não funciona adequadamente, especialmente na produção de insulina, o indivíduo pode desenvolver diabetes mellitus.

Diabetes mellitus é uma condição crônica em que o corpo não consegue produzir ou usar adequadamente a insulina, resultando em níveis elevados de glicose no sangue. Pode levar a complicações sérias, como doenças cardíacas, neuropatia e problemas renais.

Principais funções do aparelho digestivo

As principais funções do aparelho digestivo são digestão, absorção e excreção. Entenda melhor a seguir!

Digestão

A digestão é o processo de conversão dos alimentos em nutrientes que o organismo possa usar. Inicia-se na boca, onde a comida é mastigada e misturada com a saliva.

O bolo alimentar desce pelo esôfago por meio de movimentos peristálticos para empurrar o alimento para o estômago. No estômago, o alimento é misturado com sucos gástricos e pepsina, transformando-se em uma pasta ácida chamada quimo.

Absorção

A absorção acontece principalmente no intestino delgado. No duodeno, o quimo mistura-se com a bile do fígado e sucos pancreáticos, continuando a digestão e absorção de nutrientes.

As vilosidades na parede do intestino delgado absorvem água, sais minerais e aminoácidos, tornando o quimo mais consistente. O quimo então segue para o intestino grosso, estrutura na qual a absorção de água e vitaminas continua.

Excreção

A excreção é o processo final do sistema digestório. Nessa etapa, todo o material que não foi absorvido é convertido em fezes, que permanecem no reto até serem eliminadas pelo ânus.

Patologias comuns do aparelho digestivo

Várias condições podem afetar o aparelho digestivo e gerar desconforto. A seguir, confira quais são as principais.

Refluxo gastroesofágico

O refluxo gastroesofágico ocorre quando o ácido do estômago retorna para o esôfago, provocando azia, queimação e regurgitação.

Essa condição pode ser causada por uma fraqueza no esfíncter esofágico inferior, obesidade, gravidez ou consumo excessivo de alimentos gordurosos e bebidas alcoólicas.

Normalmente, o tratamento envolve mudanças na dieta, uso de medicamentos para reduzir a acidez e, em casos complexos, procedimentos cirúrgicos.

Gastrite

A gastrite é a inflamação da mucosa do estômago. Essa enfermidade pode surgir devido a infecções bacterianas, uso prolongado de anti-inflamatórios, consumo excessivo de álcool ou estresse.

Os sintomas são desconforto estomacal, náuseas, vômitos e sensação de plenitude. O tratamento pode envolver medicamentos para diminuir a acidez estomacal, antibióticos para erradicar a bactéria H. pylori e mudanças na dieta.

Úlcera péptica

Úlceras pépticas são feridas abertas que surgem na mucosa do estômago ou no duodeno devido à ação do ácido gástrico. Elas aparecem em decorrência de infecções bacterianas (H. pylori), uso prolongado de anti-inflamatórios ou excesso de ácido estomacal.

Os sintomas são semelhantes aos da gastrite, mas incluem também a perda de apetite.

Síndrome do intestino irritável

A síndrome do intestino irritável (SII) é um distúrbio funcional do intestino que causa dor abdominal, inchaço e alterações nos hábitos intestinais, como diarreia ou constipação.

A causa exata da SII não é bem compreendida, mas pode estar relacionada ao estresse, dieta ou alterações na flora intestinal.

Doença de Crohn

A doença de Crohn é uma condição inflamatória crônica que pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal, desde a boca até o ânus. Os sintomas costumam se manifestar em dores abdominais, diarreia crônica, perda de peso e fadiga.

A origem é desconhecida, mas é considerada uma doença autoimune. O tratamento inclui medicamentos anti-inflamatórios, imunossupressores e, em casos graves, cirurgia.

Colite ulcerativa

A colite ulcerativa é uma doença inflamatória crônica que afeta o cólon e o reto, resultando em úlceras na mucosa intestinal. Os sintomas são dor abdominal, diarreia com sangue e urgência para evacuar.

Embora sua origem não seja completamente conhecida, acredita-se que seja uma doença autoimune. O tratamento é similar ao da doença de Crohn.

Hepatite

A hepatite é uma inflamação do fígado causada por infecções virais, uso excessivo de álcool, medicamentos ou doenças autoimunes.

Os sintomas costumam estar relacionados à icterícia (coloração amarelada da pele e olhos), dor abdominal, fadiga e febre.

O tratamento depende do motivo e pode incluir antivirais, mudanças na dieta e transplante de fígado em casos mais sérios.

Cálculos biliares

Cálculos biliares são pequenas pedras que se formam na vesícula biliar e provocam dor abdominal, náuseas e vômitos. Eles se desenvolvem quando há um desequilíbrio nos componentes da bile, como colesterol e bilirrubina.

O tratamento abrange mudanças na dieta, uso de medicamentos para dissolver as pedras e até mesmo cirurgia para remover a vesícula biliar, se necessário.

Pancreatite

A pancreatite é a inflamação aguda ou crônica do pâncreas. Pode ser originada por cálculos biliares, consumo excessivo de álcool ou doenças autoimunes.

No geral, os sintomas são dor abdominal intensa, náuseas, vômitos e febre. O tratamento envolve jejum para descansar o pâncreas, hidratação intravenosa, e, em casos extremos, cirurgia ou tratamento para a causa subjacente.

Diagnóstico e tratamento das patologias digestivas

Diagnosticar e tratar doenças do aparelho digestivo envolve uma série de abordagens.

Entenda o que o médico costuma solicitar quando desconfia de patologias no sistema digestório:

Exames comuns

Confira os exames recomendados para avaliar a saúde digestiva e detectar patologias:

  • Endoscopia digestiva alta;
  • Colonoscopia;
  • Ultrassonografia abdominal;
  • Tomografia computadorizada (TC) abdominal;
  • Exames de sangue (incluindo marcadores tumorais e testes de função hepática);
  • Testes laboratoriais para intolerâncias alimentares.

Tratamentos médicos

Veja os tratamentos comuns para diversas condições do aparelho digestivo:

  • Uso de medicamentos para controle de sintomas (antiácidos, anti-inflamatórios, antibióticos etc.);
  • Terapias para gastrite, úlceras, e doença inflamatória intestinal;
  • Procedimentos endoscópicos para remoção de pólipos ou tratamento de lesões;
  • Intervenções cirúrgicas como em casos de apendicite ou câncer.

Mudanças no estilo de vida

Essas são as mudanças no estilo de vida que contribuem para a saúde do sistema digestório:

  • Adotar uma dieta balanceada e rica em fibras;
  • Evitar alimentos irritantes ou que provoquem desconforto no aparelho digestivo;
  • Manter um peso saudável;
  • Praticar atividades físicas regularmente;
  • Reduzir o consumo de álcool e parar de fumar;
  • Gerenciar o estresse por meio de técnicas de relaxamento e mindfulness.

Quando procurar um especialista em aparelho digestivo?

Procurar um especialista em aparelho digestivo é fundamental em diversas situações. Esses profissionais são treinados para realizar procedimentos cirúrgicos complexos no trato gastrointestinal, sendo a escolha certa quando o tratamento conservador não é suficiente.

Alguns dos sinais de que você pode precisar de um cirurgião especialista são:

  • Problemas refratários a tratamento: manifestações que não melhoram com medicamentos ou intervenções não invasivas;
  • Sintomas agudos ou severos: dores intensas, sangramentos, ou sinais que surgem de modo repentino;
  • Diagnóstico de doenças: câncer gastrointestinal, obstruções intestinais e hérnias podem necessitar de cirurgia;
  • Exames e procedimentos: se o seu diagnóstico inclui a necessidade de uma cirurgia, como colecistectomia ou bariátrica, um cirurgião especializado é o profissional indicado;
  • Recorrência de problemas: quando você enfrenta repetidas crises de um distúrbio digestivo, a cirurgia pode ser considerada.

Portanto, buscar um cirurgião especializado em aparelho digestivo é fundamental quando os tratamentos convencionais não funcionam e é necessária uma intervenção mais direta para garantir a saúde e bem-estar do paciente.

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Fontes:

Dr. Tiago Emanuel

The Lancet Regional Health Americas

Ministério da Saúde

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