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Fígado policístico: sintomas, causas e tratamentos
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)
10/11/2024
5 min. de leitura

Dor e distensão abdominal estão entre os sintomas comuns do fígado policístico, uma doença genética rara

 Os cistos hepáticos são cavidades no fígado cheias de líquido claro, os quais se dividem em duas categorias principais: parasitárias, como os cistos hidáticos causados por vermes, e não-parasitárias, que incluem cistos simples, cistoadenomas e a doença policística do fígado, também chamada de fígado policístico.

O que é fígado policístico?

O fígado policístico é uma doença genética rara em que múltiplos cistos cheios de líquido se formam no fígado. Essa condição é classificada com base no número, no tamanho e na extensão dos cistos, bem como na quantidade de tecido hepático saudável restante:

  • Tipo I: caracteriza-se por um número limitado de grandes cistos, geralmente com mais de 10 cm de diâmetro. Apesar do tamanho dos cistos, o fígado saudável restante é relativamente preservado.
  • Tipo II: envolve a presença de muitos cistos de tamanho médio por todo o fígado, apesar de ainda existirem áreas do fígado sem cistos;
  • Tipo III: forma mais grave da doença, refere-se a uma grande quantidade de cistos pequenos e médios, com poucas áreas de tecido hepático não afetado.

O fígado policístico está frequentemente associado a condições genéticas que afetam vários órgãos, integrando um grupo de doenças conhecidas como síndromes policísticas. Essas outras síndromes podem incluir a doença renal policística e a formação de cistos em outras áreas do corpo, como nos órgãos reprodutivos.

Quais são os sintomas do fígado policístico?

O fígado policístico é frequentemente assintomático e pode ser descoberto ocasionalmente durante exames de imagem realizados por outros motivos. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sinais associados à condição, que podem ser divididos em sintomas comuns e avançados.

Sintomas comuns

Os sintomas do fígado policístico costumam surgir entre os 30 e 50 anos de idade. Entre os desconfortos mais comuns, estão:

  • Dor abdominal, devido à pressão dos cistos em crescimento;
  • Sensação de plenitude;
  • Sensação de saciedade precoce durante as refeições;
  • Inchaço e distensão abdominal;
  • Queimação;
  • Azia;
  • Náusea e vômito, em consequência ao aumento do fígado ou à pressão sobre os órgãos próximos;
  • Fadiga, que pode ser resultante da força adicional que o fígado faz para funcionar com os cistos.

Sintomas em casos avançados

À medida que o fígado policístico evolui, o número e o tamanho dos cistos aumentam, levando ao crescimento do órgão. Esse aumento pode comprometer a função hepática e exercer pressão sobre órgãos vizinhos, causando sintomas adicionais, como dor abdominal severa e persistente.

Alguns sinais comuns de comprometimento da função hemático são icterícia, caracterizada pelo amarelecimento da pele e dos olhos, ascite, que é o acúmulo de líquido no abdômen, sangramentos e hematomas. Além disso, os cistos podem infeccionar ou pressionar o estômago, os intestinos e os pulmões, causando sintomas como dificuldade para respirar, alterações no padrão de evacuação e problemas digestivos.

O que causa fígado policístico?

O fígado policístico não é uma condição adquirida ao longo da vida e não está associado a fatores ambientais ou de estilo de vida. Dessa forma, a condição tem origem genética e pode ser influenciada por alguns fatores de risco:

Fatores genéticos

O fígado policístico é causado por condições genéticas hereditárias resultantes de mutações em genes que regulam o desenvolvimento e o crescimento dos ductos biliares no fígado. Essas alterações genéticas provocam um crescimento anormal e desordenado desses ductos, resultando na formação de múltiplos cistos no fígado.

A doença pode ser herdada de forma autossômica dominante, o que significa que uma única cópia do gene mutado é suficiente para causar a condição. Filhos de uma pessoa com essa condição têm 50% de chance de herdar a mutação e desenvolver o fígado policístico. Embora os cistos comecem a formação ainda na fase fetal dentro do útero, eles são detectáveis apenas na idade adulta.

Outras causas e fatores de risco

Além das mutações genéticas, outros fatores também podem desempenhar um papel no desenvolvimento do fígado policístico, como:

  • Hormônios sexuais, como o estrogênio, podem influenciar o crescimento e a formação dos cistos;
  • Sexo, pois a doença tende a ser mais prevalente em mulheres, possivelmente devido aos hormônios;
  • Gravidez, já que mudanças hormonais durante a gestação podem impactar a progressão da doença;
  • Uso de anticoncepcionais orais e terapia hormonal também podem afetar a formação e o crescimento dos cistos no fígado.

Quais são os tratamentos para fígado policístico?

O tratamento do fígado policístico foca no alívio dos sintomas, na prevenção de complicações e no monitoramento contínuo da doença. Como se trata de uma condição crônica, não há uma cura definitiva. Portanto, a abordagem é voltada para melhorar a qualidade de vida do paciente.

Quando o tratamento é necessário em pacientes com sintomas graves e debilitantes, o procedimento mais comum é remover parte dos cistos maiores por meio da videolaparoscopia, uma técnica cirúrgica minimamente invasiva. Em casos raros e graves, pode ser necessária a retirada de um segmento do fígado ou até mesmo o transplante do órgão.

Se surgirem complicações como infecção, sangramento ou ruptura dos cistos, também podem ser necessárias intervenções cirúrgicas. Além disso, adotar um estilo de vida saudável, que inclua uma dieta equilibrada, controle de peso e prática regular de exercícios físicos, sem o consumo de álcool, também faz parte do tratamento do fígado policístico.

Fonte:

Sociedade Brasileira de Hepatologia

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