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Colestase: causas, tipos e tratamentos
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)
23/08/2024
3 min. de leitura

Quando o fluxo da bile é afetado, chamamos a condição de colestase

Produzida pelo fígado, a bile é um líquido amarelo, viscoso, que fica armazenado na vesícula biliar. Composta por algumas substâncias como água, sais biliares e colesterol, a bile tem função essencial para a digestão da gordura de alimentos e de algumas vitaminas.

Entenda as causas da colestase e conheça os tratamentos disponíveis.

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O que é colestase?

Colestase — ou doença colestática — é o termo utilizado para definir a interrupção ou diminuição do fluxo biliar, que ocorre entre fígado e duodeno. Como consequência, causa coceira intensa, urina escura e clareamento das fezes.

Nos tópicos a seguir, você vai entender tudo sobre a condição.

O que causa a colestase?

Duas causas são classificadas como originadoras da colestase.

Intra-hepáticas, que ocorrem dentro do fígado quando:

  • Dutos biliares sofrem efeitos hormonais durante uma gestação;
    doença hepática relacionada ao álcool;
    Cirrose biliar primária;
    Uso de medicamentos como amoxicilina, clorpromazina e contraceptivos orais;
    Hepatite;
    Câncer hepático;
    Cirrose decorrente de hepatite B ou C.

Extra-hepáticas, que ocorrem fora do fígado quando:

  • Há estreitamento de dutos biliares (estenose);
    Câncer de pâncreas;
    Câncer do duto biliar;
    Inflamação no pâncreas (pancreatite);
    Cálculos biliares.

Principais sinais e sintomas

Pessoas acometidas pela colestase normalmente apresentam icterícia, condição que deixa a pele e a parte branca dos olhos amareladas. Outros sintomas são urina escura, fezes claras e coceira generalizada e intensa.

A coloração amarela da pele e olhos é reflexo de bilirrubina depositada na pele, e a urina fica escura por conta de um aumento da bilirrubina excretada pelos rins.

A pele coça por conta do acúmulo da bile que fica com seu fluxo comprometido, e as fezes ficam claras decorrentes de um possível bloqueio na passagem da bile, que não chega ao intestino para atuar na digestão da gordura dos alimentos. O odor pode ser bastante desagradável.

Sangramentos desproporcionais também são sintomas. A falta de bile na região intestinal resulta em uma absorção inadequada de cálcio e vitamina D. Com a colestase persistindo, ocorre a perda de tecido ósseo decorrente da falta de nutrientes. Assim, a vitamina K, indispensável para a coagulação do sangue, não é absorvida na quantidade adequada pelo intestino, causando tendência para a pessoa sangrar com facilidade.

Descubra os tipos de colestase e saiba como tratar essa condição.

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Tipos de colestase

Existem alguns tipos específicos de colestase, sendo eles:

Gestacional: o sintoma mais comum é a coceira intensa, principalmente nas palmas das mãos e solas dos pés. Os efeitos hormonais da gestação sobre os dutos biliares e fatores genéticos ou ambientais são possíveis causas.

Neonatal: acomete recém-nascidos e crianças pequenas. O principal sintoma é a icterícia.

Intra-hepática familiar progressiva (PFIC): é um grupo de doenças raras com origem genética. Os principais sintomas são icterícia e coceira.

Como o diagnóstico é realizado?

A maior suspeita dos médicos é quando a pessoa apresenta icterícia (pele e a parte branca dos olhos amareladas). O próximo passo é confirmar a colestase e identificar se é intra-hepática ou extra-hepática, a partir de:

  • Avaliação clínica;
    Exame de sangue que mede os níveis de enzimas hepáticas;
    Exames de imagem, como ultrassonografia;
    Dependendo dos resultados anteriores, uma biópsia de fígado pode ser solicitada;
    Exames genéticos para pacientes com suspeita de PFIC

Tratamento para colestase

Para sintomas de coceira: o médico pode indicar colestiramina por via oral, fármaco sequestrador de ácidos biliares que liga a bile no trato gastrointestinal impedindo sua reabsorção.

Medicamento como causa suspeita: o profissional deve interromper o uso. Se ocorrer hepatite aguda, a colestase e a icterícia costumam desaparecer após o fim do curso da hepatite.

Sangue: se o fígado não estiver gravemente danificado, o controle de vitamina K pode melhorar a coagulação do sangue.

Há a possibilidade de intervenção cirúrgica?

Se houver obstruções dos dutos biliares, surge a necessidade de uma cirurgia ou endoscopia.

Como se prevenir da colestase?

Não há um método de prevenção 100% eficaz, mas dietas balanceadas, evitando gorduras em excesso, reduzem os riscos de contrair doenças que desencadeiem a colestase.

Para mais informações sobre essa ou outras doenças, entre em contato com o Dr. Tiago Emanuel. Agenda uma consulta.

Fontes:

Dr. Tiago Emanuel

Manual MSD

Hospital Israelita Albert Einstein