Se não tratados, os cistos podem causar uma série de complicações graves
O pâncreas é um órgão localizado atrás do estômago, e atua como uma grande glândula responsável pela produção de enzimas importantes para o processo digestivo e da insulina, um hormônio responsável pela regulação dos níveis de açúcar no sangue.
Diversas doenças podem atingir o pâncreas, cujo funcionamento prejudicado pode causar sérias consequências ao organismo. Uma dessas condições é o cisto no pâncreas, sobre o qual iremos falar no conteúdo a seguir.
O que é cisto no pâncreas?
Cisto no pâncreas é o nome dado a uma alteração caracterizada pela formação de uma bolsa cheia de líquido no interior do órgão. Os cistos podem ser benignos ou malignos e podem variar de tamanho e quantidade. Essas características são essenciais para determinar a presença de sintomas e a urgência do tratamento.
Considerando as características, o cisto no pâncreas pode ser classificado da seguinte maneira:
- Pseudocisto: preenchidos com fluido pancreático, são formados a partir de inflamações no órgão e geralmente desaparecem sem muitas complicações;
- Cistos serosos: geralmente são benignos e raramente causam sintomas;
- Cistos mucinosos: são semelhantes aos cistos serosos, porém preenchidos com um líquido rico em mucina. Têm um risco aumentado de malignidade;
- Cisto intradutal papilífero mucinoso (IPMN): se forma nos dutos pancreáticos. Pode ser benigno ou maligno.
O que causa cisto no pâncreas?
O cisto no pâncreas pode ser causado por infecções, inflamações pancreáticas e lesões no órgão. Existem, também, casos em que a formação de um ou mais cistos se dá por predisposição genética, ou seja, não é incomum que uma pessoa diagnosticada com cisto no pâncreas tenha histórico familiar da condição.
Quais são os perigos de cisto no pâncreas?
Embora a maioria dos casos de cisto no pâncreas sejam benignos, há diversos riscos que podem ser associados à condição:
- Desenvolvimento de câncer: em alguns casos, mesmo um cisto benigno pode evoluir para a malignidade e se tornar câncer de pâncreas;
- Obstrução dos dutos pancreáticos: um cisto no pâncreas pode crescer a ponto de obstruir os dutos que transportam suco pancreático e a bile;
- Pancreatite: a presença de cistos pode levar à pancreatite, um quadro potencialmente grave de inflamação do pâncreas;
- Ruptura: os cistos pancreáticos podem se romper, levando a condições potencialmente graves de inflamação, sangramentos e interrupção de fluxo;
- Alterações na produção de insulina: se o cisto atingir células que produzem insulina, pode afetar sua produção, causando problemas nos níveis de açúcar no sangue.
Quais são os sintomas de cisto no pâncreas?
Na maioria dos casos, o cisto no pâncreas não tem sintomas. Os sinais costumam surgir quando há muitos cistos ou um crescimento rápido das lesões. São eles:
- Perda de peso sem causa aparente;
- Dor abdominal e nas costas;
- Náuseas e vômitos;
- Perda de apetite;
- Icterícia;
- Inchaço abdominal.
Como a maioria dos casos é assintomática, os sintomas mencionados indicam que o diagnóstico deve ser feito o mais rapidamente possível. Isso porque são sintomas inespecíficos que podem representar cistos pancreáticos graves ou mesmo outras condições.
Como diagnosticar cisto no pâncreas?
O diagnóstico de cisto no pâncreas pode ocorrer em duas situações: por acaso, ao se investigar outra doença ou em exames de rotina, ou quando, por meio dos sintomas ou outras características na primeira consulta, o médico especialista suspeita da presença desse tipo de lesão.
Basicamente, cistos no pâncreas são detectados por meio de exames de imagem, como a ultrassonografia abdominal, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética. Dependendo do caso, a partir da detecção dos cistos, pode ser feita a aspiração do líquido de seu interior para análise laboratorial.
Quais os tipos de tratamentos indicados para cisto no pâncreas?
O tratamento de cisto no pâncreas depende do tamanho, do tipo, da disseminação e dos sintomas causados. Nos casos benignos e assintomáticos, o mais adequado é a observação regular. Assim, é possível detectar se os cistos cresceram ou causaram alguma complicação.
A remoção do líquido no interior dos cistos também pode ser uma forma de tratamento. Nesses casos, é realizada de forma minimamente invasiva, por meio de uma endoscopia.
Existe também a possibilidade de cirurgia, que pode ser realizada tanto para remover ou drenar os cistos, quanto para remover a parte do pâncreas afetada pela condição. A escolha do método depende do tipo de cisto e de suas causas.
Para saber mais sobre cisto no pâncreas e seus tratamentos, entre em contato com o cirurgião do aparelho digestivo Dr. Tiago Emanuel e agende uma consulta.
Fontes:
Manual MSD
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Radiologia Brasileira – Associação Médica Brasileira