Tumor benigno de pâncreas, mas que demanda acompanhamento especializado para controle de malignidade
A neoplasia mucinosa papilar intraductal é um tumor cístico que se forma dentro do pâncreas, mais especificamente nos ductos pancreáticos — estruturas que conectam o pâncreas ao duto biliar comum, permitindo o fornecimento de suco pancreático para o processo digestivo. A alteração pode acometer tanto o ducto pancreático principal como os ductos secundários.
De características benignas, a neoplasia mucinosa papilar intraductal raramente evolui para um quadro de malignidade, demandando acompanhamento médico para verificar a evolução da doença. No caso de neoplasias malignas, a condição é chamada de carcinoma mucinoso papilar intraductal, uma alteração que geralmente apresenta progressão lenta, mas que demanda atenção clínica e tratamento específico.
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O que é neoplasia mucinosa papilar intraductal (IPMN)?
Muitas vezes identificada apenas pela sigla IPMN, a neoplasia mucinosa papilar intraductal é uma alteração considerada rara, com taxas de incidência ainda desconhecidas. A primeira descrição deste tipo de tumor data de 1982, sendo que houve um aumento gradativo dos diagnósticos com o passar dos anos. A explicação para este movimento pode não estar necessariamente no aumento da incidência, mas na melhoria dos exames de imagem e no maior acesso a eles.
A neoplasia mucinosa papilar intraductal é dividida em dois tipos: principal e secundário, de acordo com o ducto afetado. Em alguns casos, a alteração pode afetar ambos os ductos, sendo chamada de IPMN mista. Este tipo de tumor se caracteriza por ser produtor de mucina, um tipo de proteína de elevada massa molecular e que faz parte da composição do muco, sendo responsável pela textura viscosa deste tipo de secreção.
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Causas da IPMN
A medicina ainda não foi capaz de determinar as causas exatas da neoplasia mucinosa papilar intraductal, mas são atualmente considerados fatores de risco para desenvolvimento da alteração:
- Tabagismo;
- Diabetes;
- Histórico familiar de câncer no pâncreas;
- Histórico familiar de polipose (doença hereditária caracterizada pela presença de numerosos pólipos).
Nenhum desses fatores de risco, entretanto, são considerados determinantes para o desenvolvimento da IPMN.
Sinais e sintomas
A maioria dos pacientes não apresenta sintomas, e a doença geralmente é diagnosticada de maneira acidental. Quando presentes, os sintomas são inespecíficos, podendo estar associados à obstrução do ducto pancreático e inflamação no pâncreas. Neste contexto, portanto, podem ser considerados sintomas da IPMN:
- Náuseas;
- Vômitos;
- Dor nas costas;
- Dor abdominal;
- Diarreia;
- Fezes gordurosas.
Diagnóstico da neoplasia mucinosa papilar intraductal
Como foi explicado, a maioria dos diagnósticos de IPMN acontece de maneira acidental, podendo ocorrer de diferentes formas. São elas:
- Exames de sangue: casos em que a IPMN leva a uma pancreatite aguda podem levar a alterações nos exames de sangue;
- Ecografia: o exame pode apontar a presença de cisto pancreático, com dilatação ou não do ducto pancreático principal;
- Tomografia ou ressonância magnética: demonstram lesões císticas;
- Ultrassonografia endoscópica: trata-se de uma endoscopia associada a uma ecografia que é realizada dentro do estômago, auxiliando na identificação de lesões dentro do pâncreas, diferenciando o aspecto dos cistos e permitindo a biópsia de lesões.
Tratamento para IPMN
Uma vez que a neoplasia mucinosa papilar intraductal pode progredir para um tumor maligno, é fundamental que o paciente diagnosticado com a condição seja devidamente acompanhado e receba o tratamento adequado, conforme o quadro apresentado. Nos casos em que o IPMN é pequeno, com no máximo 3 centímetros, o mais indicado é um tratamento conservador — que consiste basicamente no acompanhamento clínico da condição.
Nos casos em que o tumor possui mais de 3 centímetros, o mais recomendado é a realização de um tratamento cirúrgico. Também são indicados para cirurgia os quadros de neoplasia mucinosa papilar intraductal mista e presença de critérios que sugerem malignidade, tais como: parede do cisto espessa, IPMN mistos, presença de nódulos na parede do cisto, pancreatite associada, ducto pancreático dilatado, obstrução do ducto pancreático.
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Tratamento cirúrgico
O tratamento de escolha para casos cirúrgicos de neoplasia mucinosa papilar intraductal é a ressecção, que consiste na remoção do tumor. Este tipo de intervenção cirúrgica tem excelente prognóstico, geralmente permitindo o alcance da cura total do paciente. Os tumores ressecados devem ser cuidadosamente examinados para identificação de um possível componente invasivo.
Nos casos de ausência de invasão, a taxa de sobrevida dos pacientes é excelente, ultrapassando os 94%. Para os indivíduos com carcinoma mucinoso papilar intraductal associado, o prognóstico também é considerado positivo — chegando a 60%.
Médico para neoplasia mucinosa papilar intraductal (IPMN)
A neoplasia mucinosa papilar intraductal é uma doença que afeta o pâncreas e, como tal, deve ser tratada por um médico especializado no estudo do aparelho digestivo. Nesse sentido, a doença deve ser acompanhada por um gastroenterologista. No caso da cirurgia, o procedimento deve ser conduzido por um cirurgião do aparelho digestivo.
O Dr. Tiago Emanuel, especialista em cirurgia do aparelho digestivo, acumula ampla experiência no tratamento de doenças que acometem o aparelho digestivo, dominando especialmente técnicas minimamente invasivas — como metodologias robóticas ou laparoscópicas. Para saber mais sobre o tratamento da IPMN, entre em contato e agende uma consulta.
Fontes: